Como funciona o sistema nervoso e sua relação com a depressão
O sistema nervoso é o principal responsável por coordenar as funções corporais, regular as emoções e processar informações sensoriais e cognitivas. Composto por uma rede complexa de neurônios, esse sistema controla desde os movimentos mais simples até os processos mentais mais elaborados, como o pensamento e a memória. Quando ocorre um desequilíbrio no funcionamento dessas estruturas, diversas condições de saúde podem surgir, incluindo transtornos mentais, como a depressão.

Este artigo explora como o sistema nervoso opera e como alterações nesse funcionamento podem desencadear e agravar quadros depressivos, oferecendo uma visão abrangente da relação entre a biologia neural e os sintomas depressivos.
Antes de tudo, é preciso entender o transtorno depressivo maior como uma doença multifatorial. E faz-se necessário, antes de ver o mecanismo patológico, entender como o sistema nervoso central (SNC) funciona em sua normalidade.
O sistema nervoso central é extremamente complexo, que regula a cognição, o aprendizado, memória, sensações, emoções, comportamento e o movimento do corpo. Além disso, ele também controla e coordena várias funções fisiológicas, incluindo visão, respiração, temperatura corporal, sono, sede, fome e pressão arterial. [5]
Cada uma dessas funções é regulada por diferentes tipos de neurônios em diferentes áreas do sistema nervoso central. A forma com que as informações chegam do corpo ao cérebro, e como as ordens do cérebro chegam ao corpo é através de neurotransmissores, que propagam estímulos de um neurônio a outro, através de seus receptores. [5]
Aqui cabe um parêntese: talvez o melhor exemplo da relação entre neurônios, receptores e neurotransmissores seja a contração muscular.
Como funcionam as sinapses?
Qualquer movimento voluntário é causado pela contração de um músculo. Este músculo possui regiões onde os últimos filamentos dos nervos motores se juntam a ele, criando uma área de interface onde acontece a liberação dos neurotransmissores. [6]
Quando, ao receber um estímulo elétrico proveniente do cérebro, através da medula vertebral, este nervo é ativado, ele libera neurotransmissores – no caso, uma molécula chamada acetilcolina – nesta região, num processo denominado sinapse.
Essa acetilcolina se liga aos receptores presentes na membrana da célula muscular, e ativa uma série de reações que culminam na contração muscular. [6]
Para que a contração aconteça, é importante que haja então:
– A chegada da informação ao nervo periférico responsável por aquele músculo [6]
– A disponibilidade de acetilcolina no final do nervo periférico [6]
– A presença dos receptores de acetilcolina na membrana do músculo [6]
Não basta, portanto, a presença de neurotransmissores. É importante também o bom funcionamento dos receptores. Neste exemplo, há uma doença que diminui o número de receptores de acetilcolina justamente nessas regiões, e, como consequência imediata disso, o paciente cursa com sintomas de fraqueza muscular, mesmo com seu sistema nervoso intacto. [6]
Tudo em nosso corpo é regido por esse trânsito de informações via neurotransmissores e receptores. Movimentos, pensamentos, emoções. Baseado no tipo de neurotransmissor utilizado pelos neurônios, existem vários sistemas de neurotransmissores, com funções distintas em diferentes localizações: colinérgico, glutamatérgico, GABAérgico, dopaminérgico, histaminérgico e aminergico (monoaminérgico). [5]
E como isso se relaciona com a depressão?
A depressão como doença multifatorial
A questão é que esse bom funcionamento do equilíbrio da transmissão de estímulos pode ser perturbado por diminuição da disponibilidade de neurotransmissores, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, alteração da expressão de certas proteínas, estresse metabólico, inflamação, dano neuronal, perda de sinapse, e neurodegeneração. [5]
Se analisarmos novamente os critérios diagnósticos de depressão, e entendermos que cada um daqueles sintomas possui uma (ou mais) áreas responsáveis no sistema nervoso central, cada uma com seus próprios neurotransmissores e receptores, tendo visto a multitude de fatores que pode levar a um desequilíbrio nesta lista citada no parágrafo acima, começamos a entender o motivo de termos índices de sucesso tão baixos.
Na verdade, a maior parte dos remédios utilizados se refere apenas a um dos sistemas envolvidos, o monoaminérgico. Isso inclui mesmo os remédios mais novos.
Entretanto, o foco das pesquisas recentes vem sendo entender os outros fatores envolvidos nas causas da depressão, além do sistema monoaminérgico. E já existem novos tratamentos oriundos destas pesquisas.
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