
O que causa depressão?
A depressão é uma condição de saúde mental complexa e multifacetada que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender as causas da depressão tornou-se uma área crítica de pesquisa, pois não só ajuda no desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes, mas também informa os esforços de conscientização pública e prevenção.
As origens da depressão podem ser atribuídas a vários fatores, incluindo predisposição genética, desequilíbrios bioquímicos, eventos traumáticos e estresse crônico. Além disso, influências ambientais, escolhas de estilo de vida e fatores sociais desempenham papéis significativos no início e na progressão desta doença.
Este artigo explora a interação complexa desses elementos, com o objetivo de esclarecer como eles contribuem para a experiência da depressão e destacar a importância de uma abordagem holística para a saúde mental.
Entendendo a causa…
A consequência final que causa o sintoma é a diminuição da capacidade de transmissão de informação, ou seja, a sinapse, aquele momento em que neurotransmissor encontra receptor e algo acontece em decorrência disso.
Portanto, dentre as causas, podemos ter fatores que alteram:
- O número de neurônios [1]
Como o corpo é uma máquina de processos interdependentes, várias causas podem culminar nestas consequências. No entanto, como em toda doença multifatorial, não apenas a presença dos fatores de risco, mas também a interrelação entre eles é que determina o desenvolvimento da doença, e sua gravidade.
Numa análise simplista, o que acontece é uma soma de predisposição genética e fatores ambientais causando alterações que levam, em última análise, à diminuição das interações sinápticas nas áreas cerebrais que se relacionam aos sintomas.
O que há de mais recente demonstra que o mecanismo que leva a essas alterações se correlaciona com fatores imunológicos, principalmente inflamação, levando à produção de substâncias tóxicas aos neurônios.
Vamos ver como a ciência acredita que isso acontece, e quais são os novos tratamentos disponíveis, e em desenvolvimento.
Genética e Depressão

Uma metanálise que reuniu cinco estudos concluiu que há uma chance 2,84 vezes maior de uma pessoa desenvolver sintomas depressivos quando há algum parente de primeiro grau diagnosticado.[2]
Este mesmo estudo reuniu seis trabalhos realizados com gêmeos, e chegou a uma herdabilidade – coeficiente que denota a fração da variabilidade de uma característica que pode ser atribuída à variação genética, em uma dada população, em um dado ambiente – de 37%. [3]
No entanto, são valores bem menores que os encontrados para esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o que indica a presença de outros fatores associados. [5]
Estudo genômicos de grandes bases de dados buscam encontrar correlações entre genes específicos e o desenvolvimento de sintomas depressivos, buscando possibilitar tratamentos específicos. [6]
Estresse e Depressão

Uma outra metanálise compilando estudos sobre o desenvolvimento de depressão na idade adulta e a exposição a abandono, abuso sexual, abuso emocional e violência física na infância demonstrou que pessoas expostas a esse tipo de estresse na infância possuem chances de 1,98 a 2,78 vezes maiores de desenvolver sintomas depressivos na idade adulta, de acordo com o tipo de estresse analisado. [7]
Outra metanálise, esta compilando 184 estudos, concluiu que além de chances de 2,8 (para apenas uma forma de abuso) a 3,61 (para vítimas de múltiplas formas de abuso) vezes maiores de desenvolver depressão na idade adulta, pacientes que foram expostos a estressores na infância apresentavam casos de maior severidade e eram mais propensos a ter refratariedade ao tratamento. [8]
Existem evidências de alterações biológicas funcionais e morfológicas no cérebro de pessoas que foram expostas a estresse na infância, período de intensa plasticidade cerebral, que indicam como o estresse altera circuitos neurais e seu funcionamento. [9]
Entretanto, isto é relevante também em adultos: a exposição a situações estressantes e sua correlação com desenvolvimento de depressão foi evidenciada em um estudo com 1898 pacientes maiores de 18 anos, com um ano de acompanhamento. [10]
Mas por que o estresse gera depressão?
Estresse é caracterizado como uma ameaça, seja ela real ou apenas percebida como tal, à sobrevivência e à manutenção do equilíbrio. A resposta ao estresse é a ativação de uma ampla gama de reações que envolvem os sistemas endócrino, nervoso e imune. [11]
Esta ativação dá início a uma série de mudanças fisiológicas e comportamentais que aumentam a chance de sobrevivência de um indivíduo diante de um desafio. Mudanças comportamentais incluem aumento de foco, euforia, e aumento da resistência à dor. [11]
Fisiologicamente, o que se nota é o aumento do tônus cardiovascular, frequência respiratória e do metabolismo, e inibição de funções vegetativas como alimentação, digestão, crescimento, reprodução e imunidade. [11]
Mas isso não é uma coisa boa?
Então. Para a sobrevivência, diante de uma ameaça determinada, pode ser. O problema vem quando esta resposta se mantém ativa por muito tempo…
O sistema hormonal mais ligado à resposta ao estresse é chamado de Hipófise-Hipotálamo-Adrenal (HHA), que culmina na liberação de glicocorticoides por parte das glândulas adrenais. Esses glicocorticoides regulam os processos fisiológicos que geram os efeitos observados. [12]
Em situações normais, a presença de glicocorticoides instiga a cessação de sua liberação – e consequentemente o retorno a níveis normais – num loop chamado de feedback negativo, diretamente nos componentes do eixo HHA, e também em outras estruturas cerebrais. [13]

Quando o eixo HHA permanece ativado por um período prolongado, e os níveis de corticóides permanecem elevados cronicamente, podem ocorrer alterações cerebrais que se associam ao desenvolvimento de depressão, notadamente uma atrofia neuronal, em especial no hipocampo. A exposição a glicocorticóides diminui a secreção de um fator de crescimento denominado BNDF. [13 [14]
Alterações do eixo HHA foram encontradas em uma proporção significativa de pacientes com sintomas de depressão, caracterizadas essencialmente por aumento da secreção de glicocorticóides ou de hormônios que levam a essa secreção. [15]
Além disso, o estresse crônico leva os glicocorticóides, que em geral têm uma atividade anti-inflamatória, a ter uma ação pró-inflamatória.
E isso tem uma relação com o desenvolvimento do transtorno depressivo maior. [16]
Na verdade, a inflamação potencializa três potenciais mecanismos do desenvolvimento da depressão:
- Alteração do metabolismo do triptofano, diminuindo a produção de serotonina [16]
- Desequilíbrio do eixo HHA [16]
- Prejuízo à produção contínua de neurônios no hipocampo [16]
Inflamação e depressão
Já falamos sobre o eixo HHA nos parágrafos acima. Agora, em relação ao triptofano:
A inflamação altera o balanço do metabolismo do triptofano. O triptofano é a base da formação da serotonina, e a falta dela parece ser determinante no desenvolvimento da depressão. [16]

No entanto, existe uma outra enzima, cuja atividade aumenta na presença da inflamação, que acaba por transformar o triptofano em outra substância (chamada KYN), sem função de neurotransmissor. [16]
A metabolização desta substância, por sua vez, pode ser realizada por dois caminhos, cada um com um produto diferente, um deles com efeito neuroprotetor, e outro, com efeitos neurotóxicos. O equilíbrio desse metabolismo é alterado pela inflamação, em favor do composto neurotóxico. [17]
Esta toxicidade se relaciona com a atividade de cada um desses compostos no receptor NMDA, sendo o neurotóxico um ativador deste receptor, enquanto o composto com atividade neuroprotetora tem atividade bloqueadora deste canal. [18]
E sobre a formação de neurônios novos, em algumas áreas do cérebro adulto:
A formação de novos neurônios do adulto acontece continuamente em algumas regiões do cérebro, como o hipocampo, e o prejuízo a esta formação também se correlaciona com sintomas depressivos. A inflamação e mediadores pró- inflamatórios causam prejuízo ao desenvolvimento e amadurecimento de novas células. [19]

Outros sistemas vêm sendo o alvo de estudos recentes, como o de opioides endógenos, responsáveis por uma série de efeitos sensitivos e emocionais, como modulação da percepção de estímulos dolorosos. [20]
O sistema endocanabinóide também vem sendo estudado, tanto em estudos com modelos animais, como em estudos que demonstram uma atividade reduzida desse sistema em pacientes com depressão. [21]
No entanto, ainda há uma carência de evidências em relação a possíveis tratamentos envolvendo a modulação da atividade canabinóide com o arsenal terapêutico disponível neste momento. [22]
A Influência da dieta na Depressão
Outros fatores envolvem a composição da microbiota intestinal (antigamente chamada de flora): pacientes com sintomas depressivos parecem possuir um desbalanço que pende a um aumento de bactérias com atividade pró- inflamatória. [23]
Em adição a isso, há um efeito dos antidepressivos convencionais na microbiota intestinal, que favorece as bactérias com atividade anti-inflamatórias, o que pode explicar parte de seus efeitos, e até mesmo a variabilidade de sucesso em pacientes diferentes. [23]

Um ensaio clínico comparou 72 pacientes divididos em dois grupos: [24]
Um deles submetido a mudança dietética, adotando a dieta mediterrânea (rica em vegetais, leguminosas, peixes, grãos integrais, azeite de oliva e sementes oleaginosas) e outro grupo sem mudanças dietéticas, mas com a mesma frequência de encontros com pesquisadores (a fim de diminuir fatores de confusão), demonstrou a eficácia da intervenção – a mudança de dieta – na diminuição da intensidade dos sintomas. [24]
Estudo observacional com 17 pacientes submetidos a transplante de matéria fecal (matéria fecal de pacientes saudáveis sendo implantada via colonoscopia), para tratamento de doenças digestivas, demonstrou melhora dos sintomas depressivos, sem correlação com os resultados nas doenças de base. [25]
Novas pesquisas com probióticos e prebióticos tem demonstrado resultados promissores. Drogas que agem no metabolismo do triptofano, diminuindo a formação do composto neurotóxico, ou ainda, que impeçam a chegada dele aos neurônios melhorando a função da barreira hematoencefálica – cuja função é prejudicada pela inflamação – já estão em fase de testes em seres humanos. [26]
E como o estresse favorece a inflamação?
O estresse crônico favorece a inflamação do epitélio intestinal, que passa a ter sua função de barreira prejudicada. Isso faz com que bactérias e substâncias pró-inflamatórias atinjam a corrente sanguínea. [27]

A simples presença dessas moléculas pode gerar sintomas depressivos, e, ainda mais, gera a liberação de outros sinalizadores pró-inflamatórios, piorando a questão da permeabilidade intestinal e gerando um ciclo vicioso. [28]
O tônus do nervo vago parece estar ligado a efeitos anti-inflamatórios, e a sua diminuição em resposta ao estresse crônico está ligada a aumento da inflamação e permeabilidade. [28]
Como se vê, trata-se de uma doença multifatorial, em que as causas se sobrepõem, já que são múltiplas as formas em que podem surgir desequilíbrios nos vários sistemas neurotransmissores envolvidos. [28][1][17][18][19][20][24][27][28]
Independente das causas, o impacto da doença sobre a vida dos portadores é inquestionável.
Estudo que incluiu toda a população dinamarquesa, de mais de cinco milhões de pessoas, demonstrou que portadores de depressão unipolar possuem uma chance duas vezes maiores de morte que o resto da população, número que aumenta para quatro vezes quando consideradas apenas mortes por suicídio, homicídio e acidentes. No grupo de pessoas de menos de 60 anos, esta chance foi dez vezes maior. [29]
Neste mesmo estudo, entre pacientes diagnosticados aos 15 anos de idade, a expectativa de vida foi 14 anos menor para homens e 10 anos menor entre as mulheres. [29]
Estes achados foram corroborados por uma meta-revisão sobre o assunto, cujos resultados demonstraram que as consequências da depressão sobre a expectativa de vida (7 a 11 anos a menos, entre todas as idades de diagnóstico) equivale às consequências de fumar 20 cigarros por dia. [30]
Agora chegamos a um ponto importante: qual é o arsenal terapêutico contra a depressão? Mas isso é assunto para outro artigo:
Referências:
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